ESTUDO NO LIVRO DE NEEMIAS
CAPÍTULO XIV
PORTA ORIENTAL
Reconstruindo Sonhos e Edificando Vidas
Lição 14 – Restauração da Porta 10 – Porta Oriental
(Ne. 3:29) O Regresso de JESUS
Acredita-se que esta é a porta pela qual JESUS entrou, e que hoje se encontra fechada. Espera-se que o Messias entre por ela, em Sua segunda vinda. Para nós, ela fala do regresso de JESUS. Paulo diz que devemos nos consolar, uns aos outros, com a esperança da bendita vinda do Senhor. A expectativa desse evento deve estar sempre diante de nós. Temos um futuro glorioso, temos um destino eterno. Hoje travamos batalhas tremendas, mas há fim para o mal, há
justiça a ser executada, há uma redenção a ser consumada, e tudo isso acontecerá na segunda vinda de JESUS CRISTO.
Paulo ainda declara que, Se é só para esta vida que esperamos em CRISTO, somos de todos os homens os mais dignos de lástima (1 Co. 15:19).
A Porta Oriental em nossa vida deve estar aberta para a grande doutrina de que JESUS voltará, estabelecerá Seu Reino milenar na Terra, e a Igreja reinará com Ele, em glória. Os eventos no mundo inteiro apontam para a proximidade desse dia. De fato ele está mais perto do que muitos imaginam. Vivemos na geração que testemunha os mais tremendos acontecimentos proféticos, aguardados por milhares de anos. Estamos chegando ao clímax de todas as épocas, quando a trombeta de DEUS soará, os mortos ressuscitarão e os santos serão arrebatados para o encontro com o Senhor nos ares. Cada dia que passa vamos ficando mais próximos daquele dia glorioso. Isso deve nos motivar a viver de modo a glorificar a DEUS em tudo, aguardando, vigilantes o Dia da Sua vinda.
“Estamos chegando ao clímax de todas as épocas, quando a trombeta de DEUS soará, os mortos ressuscitarão e os santos serão arrebatados”
Não sabemos o dia, a hora ou o ano em que Ele voltará, mas está claro que saberemos a estação. Paulo declara em I Tessalonicenses 5:4: Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão, vos apanhe de surpresa. Para o mundo Ele virá como ladrão de noite, isto é, de surpresa. Para os filhos de DEUS isso seria uma tragédia. Contudo, se a Porta Oriental estiver aberta a JESUS em nossa alma, a expectativa do Seu regresso não se apartará de nós, e isso se constituirá uma motivação de vida e serviço a Ele. Ainda que JESUS não volte em nossa geração, pelo arrebatamento, o certo é que passaremos com a presente geração, seja através da morte ou da Segunda Vinda do Senhor. Nossos dias são limitados, e vamos vivê-los de modo a ser motivo de glória para DEUS e bênção para o mundo. Veremos o Seu rosto em Sua formosura a qualquer momento.
Essa certeza nos inspira a viver como quem sabe quem é e para onde vai. Nosso destino é a glória, é o Trono, é JESUS mesmo. Depois de toda a luta contra o pecado, a carne, o mundo e o Diabo, vitoriosos, pelo Seu sangue e Sua Palavra, encontrar-nos-emos com Ele em nossa geração, seja pelo arrebatamento, seja pela morte. Vivamos, então, cada dia, como se fosse o último, na esperança da Sua vinda. JESUS nos advertiu que deveríamos vigiar e estar alertas, sempre de prontidão, para recebê-Lo a qualquer hora. Apesar de muitos, em várias ocasiões, terem marcado data para Seu regresso, o certo é que Ele não prometeu fazê-lo, e conservar-nos-á na expectativa até o momento certo. Portanto, que «o próprio DEUS de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de NOSSO SSENHOR JESUS CRISTO» (1 Ts. 5:2.1).
“Filho de Secanias, guarda da porta oriental…”
A porta oriental foi a nona porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. Em Neemias capítulo 3, nos versos 29 e 30 diz: “…e depois dele reparou Semaías, filho de Secanias, guarda da porta oriental. Depois dele reparou Hananias, filho de Selemias, e Hanum, filho de Zalafe, o sexto, outra porção; depois dele reparou Mesulão, filho de Berequias, defronte da sua câmara”. A porta oriental nos ensina sobre a volta de Cristo, a vinda do Senhor pela segunda vez. Pelas profecias bíblicas, quando o Senhor voltar pela segunda vez, ele colocará os seus pés sobre o Monte das Oliveiras que é defronte do templo e da porta oriental, no lugar de onde o Senhor fez o seu sermão profético antes de subir aos céus. Quando Ele voltar entrará na cidade pela porta oriental, que também é chamada de ‘a porta do Rei’ (I Cron. 9.18): “E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir” Marcos 13.3-4.
Semaías quer dizer ‘o Senhor tem ouvido’. Hananias quer dizer ‘o Senhor é clemente’. Hanum quer dizer ‘favorecido’, e Mesulão que também reparou a porta do peixe quer dizer ‘amigo’. Estes nomes estão todos relacionados com a igreja de Filadélfia. Filel é o amor de amigo em grego, do nosso amigo Jesus que tem ouvido o clamor do seu povo. Um povo que tem pouca força, mas tem guardado a sua Palavra e não tem negado o seu Nome. O Senhor tem ouvido o clamor do seu povo e os livrará, os favorecerá no tempo que há de vir para provar os que habitam sobre a terra (Apoc. 3.7-12).
A volta do Senhor é um evento que a Igreja espera desde o seu início. Antes mesmo do Pentecostes, quando Jesus subia aos céus, os seus discípulos já queriam saber quando seria a sua volta (Atos 1.6-7). A volta do Senhor já era tão esperada naquele tempo, que vários irmãos em Tessalônica já não queriam trabalhar porque não viam necessidade, já que o Senhor iria voltar em breve (II Tess. 3.10-11). Segundo alguns estudiosos, as cartas de Paulo aos Tessalonicenses foram as suas primeiras cartas, e o seu tema central foi sobre a volta do Senhor. O Senhor Jesus também instruiu os seus discípulos sobre o reino e a sua volta em muitas vezes, e estão relatadas em todos os evangelhos.
A volta do Senhor sempre foi o desejo dos seus santos, um clamor do Espírito junto com a sua noiva (Apoc. 22.17). Esta é a bem-aventurada esperança da Igreja e a glória do nosso grande Deus e salvador Jesus Cristo: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” Tito 2.13.
Tanto é assim que as Escrituras começam com o Gênesis e termina com o Apocalipse. Gênesis quer dizer origens, e Apocalipse quer dizer ‘revelação’, ‘desvelação’ ou retirada do véu. Enquanto em Gênesis, são lançadas as sementes (Gên. 1.11, 3.15), em Apocalipse são feitas as vindimas, as colheitas de tudo o que foi plantado, tanto a vida eterna como a corrupção e condenação (Apoc. 14.18). Gênesis é o princípio de tudo, de fazer nascer, de lançar os alicerces e Apocalipse é a culminação de toda a criação de Deus, e que desvela sobre a grande tribulação, a segunda volta de Cristo, o estabelecimento do reino milenar, e por fim, o juízo final e os novos céus e nova terra com a Igreja, a Nova Jerusalém na eternidade.
O que seria da Igreja sem o livro de Apocalipse? A obra de Deus continuaria sendo um mistério, algo encoberto com um véu. O Apocalipse faz parte da revelação do mistério de Deus, porque Apocalipse é a revelação de Jesus Cristo, que Deus deu para mostrar à Igreja as coisas que brevemente irão acontecer (Apoc. 1.1). Apocalipse e a revelação de Cristo entronizado; daquele que foi morto, mas agora vive para sempre e que agora tem as chaves da morte e do inferno (Apoc. 1.12-18).
O livro de Gênesis nos fala do propósito de Deus, do eterno propósito de Deus em Cristo, ainda que por figura, mas o livro de Apocalipse nos dá a revelação completa daquele que foi exaltado muito acima de todo principado e potestade, e de todo nome que se nomeia. Daquele que todas as coisas estão sujeitas debaixo dos seus pés, e que foi constituído como cabeça do corpo da Igreja. Fala daquele por quem tudo foi criado, e que pertence toda a glória. Fala daquele que venceu, e que é o único que é digno de receber glória, honra, poder e majestade, e que por isso os céus o adoram, e de dia e de noite proclamam: Santo, Santo, Santo.
A porta oriental nos fala deste testemunho de Deus a ser restaurado, da esperança da Igreja na volta do seu Senhor. A partir da regeneração, todo o trabalho do Espírito com a Igreja é prepará-la para as bodas. Este é um dos principais ministérios que o Senhor encarregou o Espírito (Jo. 16.13). Depois que ouvimos o evangelho da graça o Espírito passa a ministrar à Igreja o evangelho do reino. A porta oriental também nos fala do evangelho do reino, assim como a porta das ovelhas nos fala do evangelho da graça. É por esta porta que entraremos com Cristo para reinar por mil anos. É por ela que entrará o Rei da Glória (Sal. 24).
A porta das ovelhas nos fala do Cordeiro de Deus que foi morto, mas que pela glória de Deus ressuscitou, mas a porta oriental nos fala do Cordeiro que foi morto, mas que agora está assentado à destra da majestade nas alturas. A porta das ovelhas mostra a obra sacrificial de Cristo e a nossa salvação, mas a porta
oriental nos fala da nossa entrada no seu reino, e de reinar juntamente com Ele. No reino que o Pai deu a Ele por mil anos.
A restauração desta porta também significa amar a sua vinda; preparar a sua vinda. Como diz Pedro, temos que aguardar e apressar o dia de Deus (II Pd. 3.12). Os eventos que o Senhor foi realizando durante o tempo da história do homem foram vistos por aqueles que viviam em cada época. A nossa geração poderá até passar o tempo da grande tribulação, um tempo previsto nas Escrituras que nunca houve, nem nunca haverá desde o princípio da criação (Mt. 24.21), mas o retorno de Cristo será um evento que toda a Igreja verá e participará. Na volta do Senhor os mortos irão ressuscitar e os que estiverem vivos serão transformados, e então todos irão para o encontro com o Senhor nos ares (I Cor. 15.52, I Tess. 4.17).
Esta porta tem o nome de oriental porque ela fica do lado leste do muro que dá de frente para o templo, alinhada com a porta de entrada do templo. Como vimos anteriormente, a porta do templo ficava para o lado do sol nascente, porque Cristo é o sol da Justiça e a resplandecente estrela da manhã. O aparecimento de Cristo vai ser do oriente e vai até o ocidente (Mat. 24.27). Quando Jesus veio a primeira vez o sinal que os reis magos viram através da estrela também foi do oriente (Mat. 2.2).
Esta entrada, onde era a antiga porta oriental se encontra fechada no dia de hoje. Ela é chamada de porta dourada por ter um aspecto de cor dourada. Dizem que ela foi fechada pelos árabes no século IX porque os judeus diziam que o Messias viria e entraria por aquela porta para libertá-los. No sentido de evitar este cumprimento profético eles selaram esta porta. Mas não há nada por acaso na Palavra de Deus. O que aconteceu é que eles estavam cumprindo uma profecia bíblica que diz: “Fez-me voltar para a porta exterior do santuário, a qual olha para o oriente; e estava fechada. E me disse o Senhor: Esta porta estará fechada; não se abrirá nem entrará por ela homem, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela; estará, portanto, fechada” Ezequiel 44.1-2.
Dizem que por duas vezes tentaram abrir esta porta, mas não tiveram êxito; e não terão! Pois a profecia diz que somente será aberta pelo Messias. O texto de Zacarias capítulo 14, nos versos 4 e 5 diz que quando o Senhor vier, Ele fenderá com os seus pés o Monte das Oliveiras e creio que esta fenda é que deverá
abrir esta porta, porque ela irá do oriente para o ocidente: “E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo”.
Eu sempre pensei que o lugar do templo de Israel estava tomado pelo Domo da Rocha, o templo muçulmano, mas não. Um irmão compartilhando comigo me disse que o lugar está vago. Olhando pela imagem de satélite podemos ver que a área do templo está livre, e se encontra ao lado direito do templo muçulmano, defronte da porta oriental. A referência é a porta oriental que fica do lado oposto do muro das lamentações. Por isso creio que este será o símbolo da falsa paz, onde será autorizada a reconstrução do templo de Israel e onde muçulmanos e judeus irão adorar juntos no monte Moriá.
A reconstrução do templo de Israel é um dos sinais mais evidentes da volta de Cristo depois do estabelecimento do estado judeu e da reconquista da terra. Até o ano de 1948 a igreja vivia sem um referencial para a volta de Cristo, mas a partir desta data a volta de Cristo se tornou um dos assuntos mais ensinados pelo Espírito à Igreja. Muitas das profecias bíblicas foram totalmente cumpridas quando Israel retornou para a sua terra, quando Israel voltou a ser nação novamente. Por isso Israel se tornou um referencial para a Igreja de Deus.
Até 1948 a Igreja viveu um tempo meio escuro quanto às profecias sobre a volta de Cristo. Os irmãos do passado pouco tocaram no livro de Apocalipse, e os que fizeram, o fizeram com muitas reservas. Somente no meio do século XIX o irmão Robert Govett compartilhou sobre o Apocalipse e se referiu ao reino.
Mas o próprio irmão Spurgeon disse que os escrito de Govett foram de 100 anos antes do seu próprio tempo. Os escritos de Govett também influenciaram muito o irmão Watchman Nee. Os estudos sobre o Apocalipse de Watchman Nee têm como base os escritos de Govett. Tanto é assim que quando ele foi abordado sobre publicar os seus estudos sobre o Apocalipse ele disse: – Não é preciso, já foi escrito pelo irmão Govett. Leiam os escritos dele que vocês terão todo o conteúdo que foi compartilhado.
Mas após 1948 as profecias sobre os finais dos tempos foram descortinadas para a Igreja. A partir daí o Espírito tem levantado muitos irmãos a falar sobre os tempos finais. De todas as profecias relacionadas a Israel agora, a mais aguardada pela Igreja é a reconstrução do templo. Quando isto acontecer saberemos que o tempo está muito próximo. Para a Igreja este é um dos principais eventos, por isso o Espírito tem cuidado para que ela esteja ciente e totalmente preparada. A Igreja não será surpreendida na volta de Cristo, mas estará preparada e esperando.
Quando o Senhor fala que virá como um ladrão de noite não está dizendo para aqueles que o esperam, para aqueles que amam a sua vinda, mas para aqueles que estão envolvidos com as coisas desta vida, em amizade com o mundo. Este dia não vai surpreender os que andam na luz: “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas” I Tessalonicenses 5.2-5.
Este dia não vai surpreender os filhos que andam na luz porque eles estarão aguardando e desejando o evento da Sua vinda, e apressando este dia. O clamor da Igreja, preparada e ataviada junto com o Espírito, está dizendo: Vem amado Jesus (Apoc. 22.17). Todo aquele que anda na luz permanece nEle como ensina o Espírito, e quando Ele se manifestar não ficarão confundidos na sua vinda (I Jo. 2.27-28). Esses são os que verão os acontecimentos e estarão com os seus olhos voltados para cima, esperando a sua redenção (Luc. 21.28); discernindo os tempos (Mt. 16.3).
Por isso a restauração desta porta, da porta oriental é muito importante para Deus. Cada porta está colocada em seu próprio lugar e sequência. Nenhuma é por acaso, e todas como podemos ver tem o seu lugar próprio. Há uma sequência na restauração das portas e do muro de Jerusalém, e elas não são por acaso. O Senhor usa esta sequência na sua restauração. A próxima e última porta é a porta de Mifcade, a porta do juízo. Continua..