ESTUDO NO LIVRO DE NEEMIAS
CAPÍTULO X
PORTA DA FONTE
Reconstruindo Sonhos e Edificando Vidas
Lição 10 – Restauração da Porta 6 – Porta da Fonte
(Ne. 3:15) – O ESPÍRITO SANTO
Fonte fala de águas que correm, brotando do interior. Um dos símbolos do ESPÍRITO SANTO na Bíblia, é a água. Esta é a porta do ESPÍRITO SANTO. Toda nossa vida cristã depende dEle. É Ele quem nos gera em CRISTO, efetuando a obra de regeneração. Ele nos foi dado como o «outro Ajudador» ou «Consolador». JESUS declara: «E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Confortador (Conselheiro, Ajudador, Intercessor, Advogado, Fortalecedor, Auxiliador…) para que fique convosco para sempre. (Ver Jo 3.1-21 Jesus Instrui Nicodemos; Jo 4.1-29 A mulher samaritana). Mas para que Ele opere em nós, tudo quanto Lhe compete, precisa do nosso consentimento, mediante uma decisão de entrega e submissão. Se Lhe abrirmos a Porta da Fonte, então poderemos gozar de toda a Sua plenitude.
Outra tremenda experiência da qual a Porta da Fonte nos fala, é o batismo no ESPÍRITO SANTO, descrito em João 7, como os «rios de água viva», fluindo do interior. Ele nos permite ter uma nova liberdade espiritual e compreensão da Palavra. Através dele, entramos em uma nova dimensão de poder, que nos equipa na luta contra o inimigo. O batismo no ESPÍRITO leva-nos a experimentar uma nova ousadia no testemunho, na oração e nas diversas áreas da vida cristã. E com Ele vem: fogo, entusiasmo, vigor espiritual, dinamismo, poder e vibração para a nossa alma! Há muitos cuja porta está trancada para Ele. Mas aquele que a abre, provara a ousadia e o poder para enfrentar e expulsar o inimigo e suas obras do seu território.
O ESPÍRITO SANTO é uma Pessoa. Se a Porta das Ovelhas deve estar sempre aberta para JESUS, a fim de crescermos no conhecimento do Filho de DEUS e em Sua comunhão, a Porta da Fonte é um desafio constante para um crescimento na comunhão do ESPÍRITO SANTO. Nunca teremos tudo de uma pessoa, mas podemos ter muitas experiências com ela. Assim acontecerá em nosso relacionamento com o Doce Consolador.
Na Porta da Fonte, o ESPÍRITO SANTO nos gerou em CRISTO, batizando-nos em Seu corpo, tornando-nos filhos de DEUS. Ali JESUS nos batizou no mesmo ESPÍRITO, equipando-nos para serví-LO, como implantadores e conservadores do Seu Reino aqui na Terra. Mas ali, também, poderemos ter uma experiência diária com Ele, recebendo da Sua plenitude a direção para cada novo empreendimento, poder para cada tarefa e assistência em toda a vida Cristã.
Uma das tremendas assistências é na vida de oração. Paulo declara a respeito: «Do mesmo modo também o ESPÍRITO nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o ESPÍRITO mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. “E Aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do ESPÍRITO: e é Ele que segundo DEUS, intercede pelos santos» (Rm 8:26,27). A figura aqui é de alguém que segura a ponta do outro lado, enquanto nós mesmos estamos na outra extremidade. Por exemplo: eu não sei o que está no coração de DEUS, mas começo a orar; o ESPÍRITO que tudo sabe, vem em meu socorro e segura a oração do outro lado. Saio para testemunhar de CRISTO. Tenho uma voz, mas o poder é do ESPÍRITO. Eu abro a boca com a Palavra e Ele me assiste com o poder. Assim ocorrerá em tudo. DEUS colocou em nossa alma uma porta que dá acesso direto ao ESPÍRITO SANTO, através de Quem possui todos os recursos da Sua graça, e os coloca à nossa disposição. Eis, portanto, o desafio: escancarar a porta a esse maravilhoso Guia, Conselheiro, Mestre, Advogado e Protetor!
A porta da fonte foi a sexta porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. Em Neemias capítulo 3, no verso 15 diz: “E a porta da fonte reparou-a Salum, filho de Col-Hosé, líder do distrito de Mizpá; este a edificou, e a cobriu, e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos, como também o muro do tanque de Hasselá, ao pé do jardim do rei, e até aos degraus que descem da cidade de Davi”.
A Porta da Fonte nos fala de Cristo através do Espírito Santo como fonte de vida em nós. Não somente da fonte que nos dessedentou, mas também daquela que mata a sede de outros através de nós. Jesus é a fonte de vida para nós e também a fonte de vida que brota através de nós, do nosso interior para
outros: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz
a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” João 4.13-14 e 7.37-38.
A Porta da Fonte é Cristo, mas o Espírito é o que vivifica (Jo. 6.63). Como somos ensinados por Deus em sua Palavra, os três: o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um em essência, mas três pessoas distintas. O Espírito não se glorifica a si mesmo, mas a Cristo (Jo. 16.14). O Espírito habita em nós, mas como é precioso ver que o Filho glorifica o Pai e o Espírito glorifica o Filho. Por isso que em Romanos, no capítulo 8, no verso 9, o Senhor diz: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. Quem é o Espírito Santo? O Espírito de Deus e o Espírito de Cristo. Os três são um.
Por isso Jesus é a Porta da Fonte a ser restaurada, porque muitos desprezaram esta fonte, e não mais a usam como fonte de vida, porque fizeram dos seus próprios conhecimentos, da sua própria sabedoria, habilidades, e justiças próprias, águas que não são vivas para a sua provisão. Por isso o Senhor reclama dizendo: “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas” Jeremias 2.13. Toda água empossada ou retida deixa de ser viva, de ser manancial.
“Ó profundidade das riquezas…” (Rm 11:33)
A vida cristã começa com águas purificadoras, com o lavar da regeneração (Tt 3.5), com a aspersão de água pura sobre nós, a fim de sermos purificados das nossas imundícias (Ez. 36.25), mas depois uma fonte passa a jorrar em nós, que nos leva à vida abundante em Cristo. Começa com pouca água, mas depois é água em abundância, uma vida em abundância: “E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos, …e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez …me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos. E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar”. Ezequiel 47.3-5.
Por isso o Senhor nos ensina em Efésios capítulo 5, no verso 18 para nos enchermos do Espírito. O encher do Espírito é para os que já nasceram do Espírito (Jo. 3.5). O nascimento no Espírito é para entrar no reino de Deus, e o enchimento do Espírito é a capacitação para andarmos por fé e herdarmos o reino dos céus, para sair ao encontro do noivo para as bodas. Jesus nos ensina isto claramente pela parábola das dez virgens (Mat. 25). Nesta parábola Jesus conta que cinco virgens eram prudentes e cinco insensatas.
Nesta parábola Jesus não está falando de salvação ou perdição, mas de estarmos aptos para o reino. Todas as dez eram virgens dormiram – virgem é a figura da regeneração. Mas somente cinco tinham além das suas lâmpadas as suas botijas também cheias com óleo. Isto é, elas não somente tinham o Espírito,
mas estavam cheias dEle, o óleo é a figura do Espírito Santo (Êx. 25.6). Como a água, o óleo tem a mesma figura. O óleo quanto à salvação, enche o nosso espírito, que somos a lâmpada do Senhor, mas para que sejamos benção para a Igreja e para outros, temos que nos encher do Espírito, portanto temos que
estarmos, também, com as botijas cheias de óleo, para que a luz não se apague em nós.
Esta é a necessidade de todo aquele que quer ser instrumento na edificação do Corpo de Cristo. Para qualquer trabalho, por menor que seja, o membro deve estar cheio do Espírito. O testemunho disso foi quando houve no princípio da igreja, uma necessidade, enquanto os apóstolos se dedicavam ao ministério da Palavra, necessitaram que a mesa das viúvas fosse servida, para esse ministério escolheram, sob oração, sete homens cheios do Espírito, de boa reputação e cheios de sabedoria (Atos 5.1-6).
O apóstolo Paulo, em I Coríntios capítulo 10, também faz uma alegoria desta necessidade de ser regenerado e cheio do Espírito, com a nação de Israel, quando esta saiu do Egito para entrar na terra de Canaã. Ele diz que o povo foi batizado em Moisés, na nuvem e no mar, e todos comeram de uma mesma
comida espiritual, e beberam de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo. Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso ficaram prostrados no deserto. E isto foi escrito para aviso nosso. E em Hebreus capítulo 3, no verso 19, diz que eles não puderam
entrar por incredulidade.
É muito sério este assunto. O livro de Hebreus fala da necessidade de crescimento na vida cristã. O Egito é a figura do mundo. O cordeiro assado com ervas amargas e comido, o sangue passado nas vergas das portas, Moisés a nuvem e o mar são figuras do sacrifício de Cristo, do batismo nas águas, da fé em
Deus. A comida e a bebida espiritual são figuras da iluminação, da participação do Espírito Santo, de provar dons celestiais e a Palavra de Deus, como também as virtudes do mundo vindouro (Heb. 6.1-5).
Este é o tempo em que estamos sendo ensinados por Deus. Ensinados que tudo está em Cristo e que necessitamos ir a Cristo para termos vida (Jo. 6.44-45, 5.39-40). Não somente conhecer a letra, mas o Espírito que vivifica. Ter em nós mesmos o testemunho de Deus (I Jo. 5.10). No deserto, ou neste tempo, pelo
qual Deus está nos conduzindo para passarmos o Jordão, que é uma figura da obra real do Espírito em nós, e da entrada na terra, que é a plenitude em Cristo, é para ser por pouco tempo. No deserto somos alimentados de forma externa por Deus, mas na terra, em Cristo, no descanso de Deus, o alimento vem da própria terra, da própria Pessoa de Cristo (Heb. 4.3). No deserto o maná descia do céu, mas quando eles entraram na terra o maná cessou e a própria terra começou a produzir o seu fruto (Josué 5.12).
Por isso não é suficiente conhecermos sobre a obra sacrificial de Cristo, do seu derramamento de sangue para perdão dos pecados; sermos batizados nas águas e nos tornarmos membros de uma congregação, é necessário ter Vida nEle. Temos que passar o Jordão, uma obra real do Espírito, de novo nascimento, e entrar na plenitude da terra; entrarmos no descanso de Deus e seguirmos para a perfeição; sermos achado nEle, e alcançar aquilo por que fomos alcançados por Cristo como diz o apóstolo Paulo (Fil. 3.9-12). No deserto vemos as obras de Deus, mas na terra somos sustentados por Cristo, vemos a glória de Deus na face de Cristo (II Cor. 4.6).
No deserto Deus peregrinou com o povo, mas em Canaã Ele encontrou um lugar para repousar, uma cidade que Ele escolheu para ali colocar o seu Nome (I Reis 11.36, Nee. 1.9). O que isto nos ensina também? Voltamos aqui à figura do tabernáculo e do templo. No deserto Deus peregrinou com o povo no
tabernáculo, mas em Jerusalém a sua glória se manifestou no templo. Um tem a figura de Deus em seu tabernáculo peregrinando neste mundo, isto é, em Jesus Cristo (Jo. 1.14). Já o templo é a glória de Deus se manifestando em Cristo, como a cabeça do Corpo da Igreja. Que figura bendita.
O que Deus quer nos ensinar com isto? Que uma vez que Deus nos chama para fora do Egito (mundo), o Seu propósito de nos ensinar pela Sua Palavra, sua obra de justiça, que Ele fez em Cristo naquela cruz. É nos conduzir a Cristo, para que justificados pela fé tenhamos paz com Ele. O alimento e a água espiritual no deserto, não são suficientes, porque eles não nos dão vida eterna. As Escrituras testificam dEle, e somente nEle podemos ter Vida (Jo. 5.29-40). As Escrituras não têm vida em si mesma, porque a letra mata. É necessário nascer do Espírito e depois nos enchermos dEle. Passar o Jordão e possuir a terra. Não é conquistá-la. Tanto a salvação como o enchimento do Espírito não é algo a ser conquistado, mas a ser adquirido e possuído por fé, tudo aquilo que foi por Cristo conquistado na cruz.
A Porta da Fonte contrasta com o deserto. Enquanto no deserto a água procede de uma pedra, na vida em Cristo, a fonte, o manancial das águas vivas, brota de dentro de nós. É necessária a passagem pelo deserto, mas o Senhor não deseja que fiquemos muito tempo nele, e muito menos como Israel por 40 anos. Deve ser só uma passagem rápida; apenas o tempo necessário para sermos ensinados por Deus. Infelizmente a vida cristã se tornou para muitos um nome de que estão vivos, mesmo estando mortos (Apoc. 3.1). Ou manter uma vida espiritual morna, isto é, desgraçada, miserável, pobre, cega e nu de Cristo, da verdadeira Vida, da Vida com abundância (Apoc. 3.16-17).
Assim como Deus tem a sua fonte de Vida em Cristo, Satanás também tem uma fonte, chamada de fonte do dragão, que está fora dos muros, entre a porta do vale e a porta do monturo (Ne. 2.13). Como vimos, o vale é o mundo, o lugar aonde o Senhor nos leva para conhecê-lo, e o monturo é o lixo, as coisas do velho homem a serem despojadas, expurgadas. Esta fonte é oferecida aos filhos de Deus no mundo. A fonte do dragão são as concupiscências da carne, as concupiscências dos olhos e a soberba da vida que procede do mundo. Esta é uma fonte ilusória, de águas amargas, uma fonte que mata, rouba e destrói.
Há riquezas insondáveis nestes textos da Palavra de Deus em Neemias capítulo 3, que não pude alcançar, mas que o Espírito pode trazer revelações à Igreja. São muitos os que repararam esta porta e o muro, pois vai do versículo 15 até o 25. Isto nos mostra que a obra do Espírito para com a Igreja é muito
extensa. Ela vai da regeneração até a primeira ressurreição, o arrebatamento, e a entrada no reino. Só estará pronta quando o Espírito e a noiva disserem ‘Vem’ (Apoc. 22.17). Todo o ministério, agora, até a volta de Cristo é do Espírito Santo. A restauração desta porta e do muro, e do jardim do Rei, a qual é a sua amada
(Cant. 5.1), até os degraus da cidade de Davi, que é Sião (II Sam. 5.7), figura da cidade do Deus vivo, da Jerusalém Celestial (Heb. 12.22).
Passa pela casa dos valentes e pela casa das armas, daqueles que cresceram em Cristo, dos jovens espirituais que vencem o maligno (I Jo. 2.14) onde tomamos a armadura de Deus para as lutas espirituais, para resistir o dia mau (Ef. 6.13). Mas algo precioso culmina no verso 25, com a torre que sai da casa real superior, que fala do reino, um reino superior, o reino dos céus, o reinado de Cristo, e do tribunal de Cristo que é junto ao pátio da prisão, daqueles que estarão fora do reino, presos até pagar o último ceitil: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último centavo.” Mateus 5.23-26.
A Porta da Fonte é uma porta preciosa para a Igreja, mas que não pode ser restaurada antes das outras portas, e principalmente da porta do monturo. É verdade que o Espírito está desde a porta das ovelhas, mas a porta da fonte fala do encher-se do Espírito. A porta da fonte é a Vida abundante e glorificada de Cristo em nós pelo seu Espírito. É a riqueza de glória na sua herança nos santos e a excelente grandeza do seu poder para conosco, os que cremos (Ef. 1.18-19). Esta fonte, isto é, este Espírito é o que ressuscitou a Jesus dentre os mortos e o que também vivificará os nossos corpos mortais naquele grande dia (Rom. 8.11). Que o Senhor nos dê olhos espirituais para ver.