ESTUDO NO LIVRO DE NEEMIAS
CAPÍTULO VII
PORTA DOS PEIXES
Reconstruindo Sonhos e Edificando Vidas
Lição 7 – Restauração da Porta 2 – Porta dos Peixes
(Ne. 3:3) Lugar de Crescimento e Reprodução
Introdução:
Na raiz lia palavra <<peixe», na língua hebraica, encontramos o sentido de «crescimento», <<reprodução», «mover-se rapidamente». Isso nos lembra o chamado ao crescimento numérico, à reprodução de nossas vidas em novos filhos, novos peixes, novas ovelhas, em novos crentes. A porta dos peixes é aquela por onde deixaremos entrar os novos filhos de DEUS. Exige uma decisão de não vivermos só para nós, mas irmos à busca dos que também precisam encontrar JESUS. Estamos interessados na reprodução e no crescimento, pelo que nos disporemos a receber em nossa alma aqueles que vão chegando a JESUS, pois precisam de cuidado, de nutrição e assistência.
Quando nós nos abrimos para receber cada nova pessoa, do jeito que ela vem, com muitos problemas na alma, tantas carecendo de libertação, pois trazem marcas profundas do mundo de onde acabaram de sair, nossa alma será abastecida e enriquecida. O amor de CRISTO vai nos iluminar e seremos capazes de assistir a um número cada vez maior. A compaixão de JESUS se manifestará através do nosso próprio coração e o contato com essas tenras
ovelhinhas do Senhor será usado na nossa própria edificação. A semelhança do Mestre em nosso caráter conhecerá um crescimento constante, pois seremos transformados em canais do Seu amor e graça.
Lembre-se de que DEUS usa as pessoas como canais de bênção e edificação em nossa vida. Até aquelas que parecem menos amáveis e ranzinzas, aqueles temperamentos difíceis, DEUS usará para forjar em nós as virtudes do caráter de JESUS. É assim que o fruto do ESPÍRITO tem uma chance de amadurecer em nossa vida. O amor, a tolerância, a paciência, o perdão, a misericórdia, tudo isso e muito mais se desenvolve no trato com as pessoas, especialmente os novos crentes, tão necessitados de assistência para poderem firmar seus passos na fé. E que oportunidade maravilhosa de crescermos quando a Porta dos Peixes está aberta em nossa alma! Cada novo crente que entrar por ela, será abençoado, mas também deixará conosco uma bênção.
Soa aos nossos ouvidos a Palavra do Senhor: «Vinde após mim, e Eu farei que vos torneis pescadores de homens» (Me. 1:17). E será pela Porta dos Peixes que eles serão por nós alcançados.
Como vimos, a primeira porta que foi restaurada nos muros de Jerusalém, no livro de Neemias é a porta das ovelhas. Vimos que esta porta não tem tranca nem ferrolhos. Todas as outras tinham trancas, mas a porta das ovelhas não possuía tranca. Isto nos ensina que apesar da cidade ter um muro de separação,
separando o santo do profano e o vil do precioso; separando um reino de outro reino e também para deter o inimigo, a Igreja do Senhor tem uma porta aberta para todo aquele que crer e entrar por Cristo, pela porta das ovelhas.
A segunda porta que foi restaurada nos muros de Jerusalém é a porta do peixe: “E a porta do peixe edificaram os filhos de Hassenaá; a qual emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos. E ao seu lado reparou Meremote, filho de Urias, o filho de Coz; e ao seu lado reparou
Mesulão, filho de Berequias, o filho de Mesezabeel; e ao seu lado reparou Zadoque, filho de Baana. E ao seu lado repararam os tecoítas; porém os seus nobres não submeteram a cerviz ao serviço de seu senhor”(Neemias 3.3-5).
A porta do peixe diz respeito ao evangelismo como um ministério da Igreja. Creio que esta é a porta a qual nos leva para fora no arraial, pela qual devemos levar a nossa injúria (Heb. 13.13). Como vimos, o muro é para fazer separação, e as portas são para que Cristo possa ser conhecido dos que estão dentro dos
muros e dos que estão fora. A porta do peixe é a porta que saímos para pregar a Jesus Cristo como as boas novas de Deus.
Jesus, assim que chamou os seus discípulos se referiu a esta porta quando disse: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” Mat. 4.19. Tanto para o evangelho da graça como para o evangelho do reino Jesus usa o peixe como figura do homem pecador a ser alcançado: “Igualmente o reino dos céus é
semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora” Mateus 13.47-48.
O texto de Isaías capítulo 52, no verso 7, também fala da pregação do evangelho, nestes dois aspectos: Graça e Reino, quando diz: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina”. Fazer ouvir a salvação, e que o nosso Senhor reina. Quando este evangelho, o do reino, for pregado a todas as nações, então virá o fim (Mat. 24.14). O evangelho são as boas novas em uma Pessoa; Jesus Cristo (Rom. 1.1-3).
Esta porta tem trancas e ferrolhos, mas elas se encontram no lado de dentro dos muros. Ela é trancada para os que estão fora não entre por ela, mas pela porta das ovelhas. Ninguém entra pelo evangelho em si, mas pela Pessoa de quem o evangelho se refere, de Cristo, a porta das ovelhas.
A porta do peixe só pode ser aberta por dentro do muro, para os que estão dentro saíam e pregue o evangelho a toda criatura. Por isso o Senhor disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” Marcos 16.15. Ele não disse: – Vinde à igreja para ouvir o evangelho. A reunião da Igreja é para o
ensino, comunhão, partir do pão e orações como já vimos, mas o evangelho é para os pecadores que estão fora. A ordem do Senhor é ‘Ide’.
Como já vimos no ministério sacerdotal, o filho de Deus, como um sacerdote real, ministra coisas espirituais a Deus e aos homens pela vontade de Deus. A Deus no santo e no santíssimo lugar, e aos homens no átrio, àqueles que estão se achegando a Deus, e fora do arraial, no mundo, aos homens pecadores. A Igreja é uma embaixada, e os filhos de Deus são os embaixadores da parte de Cristo que tem a incumbência do ministério da reconciliação; como se Deus por nós rogasse que os pecadores se reconciliem com Ele (II Cor.5.20).
O nome daqueles que restauraram esta porta é muito significativo também. Hassenaá quer dizer ‘Luz’. Meremote quer dizer ‘Alturas’. Mesulão quer dizer ‘Amigo’. Zadoque quer dizer ‘Reto, Justo’, e tecoítas, filhos de Tecoa quer dizer ‘Firmes’. O evangelho traz luz das alturas, e nos faz amigos de Deus, justos e firmes no Senhor. O evangelho é Cristo, a Luz, a estrela da manhã surgindo em nossos corações (II Cor. 4.6), nos fazendo nascer do alto, de Deus (Jo. 3.3). Novas criaturas em Cristo, não mais servos, mas amigos (Jo. 15.15). Fazendo de homens pecadores homens justos, sendo Ele a nossa justiça (Jer. 33.16), e fundados e firmes na fé, no evangelho que ouvimos (Col. 1.23).
Algo precioso nestes textos de Neemias é que o Espírito Santo deu testemunho que sempre há alguém ao lado do outro para restaurar. Isto não é obra humana, e muito menos de um ou de alguns homens, mas de Deus, usando os seus filhos em comunhão, lado a lado neste trabalho. Como já citamos anteriormente, nem todos são chamados para entrar neste ministério de restauração, mas o propósito de Deus é para todos, que todos cheguem ao pleno conhecimento do Filho de Deus.
Aqueles que são chamados têm um coração inclusivo, compreende que este trabalho cabe a muitos, cada um com a sua medida de fé e do dom de Cristo (Rom. 12.3, Efésios. 4.7). Pensa sobriamente, segundo a graça que Deus deu a cada um. São muitos fazendo a obra, mas com um só coração e propósito: glorificar a Cristo, restaurar o testemunho de Deus.
O evangelho a ser pregado é algo que precisamos considerar também. Paulo já dizia naquela época: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro…” Gálatas 1.6-7. Jesus disse que é fácil sabermos se alguém que prega foi ou não enviado por Deus, quando diz: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca a glória dAquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” João 7.18.